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quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Parashá Vayeze

 “As Sete Vaidades”

Uma Sinopse

Aqui é revelado o significado oculto do ditado em Eclesiastes:


“Vaidade de vaidades, vaidade de vaidades, tudo é vaidade.”

Rabino Elazar comenta que as aparentes frustrações e decepções da vida são, na verdade, bênçãos disfarçadas.

Ele as chama de “santas e necessárias” porque estabelecem os limites dentro dos quais um ser humano pode encontrar a verdadeira felicidade.

“O sol também nasce e o sol se põe”

refere-se ao aspecto negativo das sete vaidades.

Em seu aspecto sombrio da meia-noite ou do crepúsculo, a inescapável vaidade da existência humana é comparada a um homem “tentando pegar o vento”: uma atividade fútil e inútil que é prejudicial ao espírito e, portanto, má.

Tais hábitos ou vícios devem ser abandonados.

Relevância

As influências espirituais que irradiam por esta seção nos ajudam a superar as fraquezas internas que impedem nosso progresso em direção à Luz.

Essas forças positivas fomentam uma consciência mais profunda dos aspectos da vida que podem nos trazer felicidade duradoura e verdadeira realização.

Sitrei Torá

(Os Segredos da Torá)

“O sol nasce e o sol se põe”

(Eclesiastes 1:5)

PERGUNTA:

Por que o Rei Salomão começou seu livro de sabedoria com este SEGREDO DO NASCER E DO PÔR DO SOL?

“Vaidade de vaidades”, disse Eclesiastes, “vaidade de vaidades, tudo é vaidade.”

“Venha, chegue mais perto.

Vou lhe contar um segredo que o Ari revelou aos seus discípulos.”

Veja.

O mundo que você vê (árvores, casas, empregos, problemas, alegrias) parece muito sólido. Parece algo pesado, firme, eterno.

Mas não é.

São como a respiração, como o vapor, como um pequeno suspiro que escapa dos lábios quando se está cansado.

Isso é o que Kohelet (Eclesiastes) chamou de hevel.

Mas hevel não significa “nada”, nem “isso não tem valor”.

Significa:

“Este não é o fim…

Este não é o ponto final…

Esta é uma ponte.”

O Ari disse que a alma desce ao mundo para aprender a atravessar essas pontes.

Que Deus não nos deu uma vida de pedra, mas uma vida de sopro, para que nunca nos esqueçamos de que a verdade está acima e que este mundo é apenas a sombra de um mundo superior.

Quando Salomão HaMelech disse:

“Hevel havalim, tudo é hevel”,

o Ari sorri e diz:

“É verdade… mas não como você pensa.”

Não é um lamento.

Não é pessimismo.

É uma descrição precisa do reino espiritual em que a alma atua. Deixe-me explicar:

Quando você percebe que algo não dura, quando alguém te decepciona, quando um plano desmorona, quando um sonho escapa por entre seus dedos… a vida não está te decepcionando.

A vida está te dizendo:

“Não se apegue a isso. Segure-se no seu coração.”

E então:

O “hevel” tem duas faces.

A primeira face é sagrada.

A segunda, sombria.

O hevel sagrado é quando você entende que a impermanência das coisas te convida a crescer, a se desapegar, a elevar sua consciência.

É quando a vida te diz: “Abandone o que não te serve. Não te pertence. Retorne a Mim.”

O hevel sombrio é quando uma pessoa absorve essa mesma impermanência e cai na tristeza, no cinismo,

“qual é o sentido?”,

“nada importa.”

Esse hevel é como um vento frio que penetra na alma e a adoece.

O Ari disse:

“A mesma provação que pode te destruir também pode te elevar. A diferença está na sua maneira de pensar.”

Agora, ouça algo mais profundo.

O Zohar diz:

O sol nasce e o sol se põe.”

O Ari disse:

Você sabe o que isso significa?

Que existem ciclos.

Que a luz que você tem hoje, você não terá amanhã.

E o que você não tiver amanhã, retornará depois de amanhã.”

Nada é fixo no mundo da respiração.

É por isso que se chama hevel (alma).

Mas essa falta de fixidez é uma dádiva: ela te força a se mover, a crescer, a buscar a raiz nas alturas.

Porque o que está sob o sol (tudo o que você vê) se deteriora.

Mas o que está acima do sol (intenção, conexão, fé, a raiz) jamais se perde.

E então, eu te digo:

Quando você se sentir frustrado, olhe para cima.

Quando algo dói, olhe para dentro.

E quando sentir que nada vale a pena, olhe para frente.

O hevel é um professor silencioso.

Ele lhe mostra que o que dói hoje será o vento amanhã.

Que o que o pesa hoje será uma lembrança amanhã.

Que o que parece "vazio" hoje será sua força amanhã.

O Ari disse:

"Cada decepção é um degrau.

Se você ficar nele, você chora;

se você subir, você cresce."

E é por isso que os sábios dizem que o mundo repousa sobre sete hevelim, sete respirações.

Porque elas foram projetadas para impulsioná-lo para frente, não para destruí-lo.

Então, meu amado:

Não tema quando algo se quebrar.

Não tema quando uma porta se fechar.

Não tema quando um plano se desvanecer.

É Deus respirando.

É o hevel movendo sua alma de volta à sua origem.

Cada “vaidade” que você sente é apenas um lembrete:

“Eu não sou isso.

Eu não sou meu sucesso.

Eu não sou meu fracasso.

Eu sou alma.

E estou apenas de passagem.”

E quando você entende isso, o mundo para de te oprimir.

E você começa a caminhar levemente, como o próprio sopro de Deus.

Esse é o segredo E o Ari ensinava com tanta gentileza.

E isso faz parte de Sua Sabedoria; é o que eu quero que vocês recebam hoje.