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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Jesus Cristo tinha realmente que morrer antes que Deus pudesse perdoar pecados?


A primeira vista, parece que um Deus que ama os homens a ponto de querer salvá-los seria capaz de planejar um plano de salvação que não envolvesse a morte de seu amado Filho. Deus é tão vingativo assim que precisa desse pagamento pelo pecado? Ele não poderia somente nos perdoar sem requerer que um preço fosse pago?
Estas questões se relacionam com a direta natureza de Deus. E, mesmo que não possamos entender a infinita perfeição de Deus, a Bíblia nos revela o bastante para termos uma resposta (Jó 11:7;Deuteronômio 29:29).
A Bíblia declara que “Deus é amor” (1 João 4:8, 16), mas não apresenta o amor como o único atributo de Deus. Através de toda a Escritura, Deus é retratado como proeminentemente santo (Salmo 99:9Isaías 5:16) - santo em caráter (Salmo 22:3João 17:11), santo em nome (Isaías 57:15Lucas 1:49), santo em ações (Salmo 145:17), santo em seu reino (Salmo 47:8). A razão pela qual os cristãos podem confiar nas promessas de Deus é que ele as atesta através de sua santidade (Salmo 89:35).
A solução para o alegado conflito entre o amor de Deus e sua ira está em sua santidade. O mesmo Deus pode mostrar amor e ira porque, primeiramente, ele é santo. Os anjos ao redor do trono de Deus não cantam nem "Amoroso, amoroso, amoroso", nem "Irado, irado, irado", mas "Santo, santo, santo" (Isaías 6:3Apocalipse 4:8).
A santidade de Deus envolve uma separação estrita do pecado e uma justiça perfeita em lidar com o mesmo em suas criaturas. Se Deus violasse seu atributo básico de santidade, seu perdão seria inútil. Que valor têm o perdão de alguém sem padrões? O conceito da salvação não faz sentido a menos que comecemos com a santidade de Deus. Conseqüentemente, o pecado não é um coisa que pode ser jogada de lado como algo sem importância ou convenientemente ignorada. A existência do pecado necessita de resposta.
O apóstolo Paulo lidou com esse problema em Romanos 3:21-26mostrando como Deus pode ao mesmo tempo ser "o justo e justificador de todos aqueles que crêem em Jesus" (3:26). A ênfase principal desta passagem é a justiça de Deus, mencionada nos versículos 21, 22, 25 e 26. Desde que a santidade de Deus é uma parte imutável de seu caráter, ele não irá simplesmente ignorar a rebelião do pecado. Entretanto, justiça e misericórdia se misturam no plano de Deus para o homem de modo a prover "a justiça de Deus através da fé em Jesus Cristo para todos os que crêem" (3:22).
Deus não viola a sua santidade ao prover a salvação, por que Deus o Filho provê "propiciação por seu próprio sangue" para todos os que crêem (3:25). A "propiciação" se refere à satisfação da justiça divina e vem da prática de ungir com o sangue sacrificial o assento da misericórdia da Arca da Aliança do Velho Testamento. Esta aplicação do sangue simbolizava a morte de um substituto como o preço por quebrar a lei de Deus. Jesus Cristo se tornou nossos Substituto, "porque o salário de pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna através de Jesus Cristo, nosso Senhor" (Romanos 6:23).

Jesus sofreu na cruz, e os apóstolos explicam o sofrimento dizendo: "Isto era para demonstrar a justiça de Cristo, porque, através de sua presciência, Deus pode perdoar pecados cometidos anteriormente"(Romanos 3:25). Deus perdoou os pecados dos crentes do Velho Testamento com base no sacrifício futuro de Cristo, assim como ele perdoa hoje com base no mesmo sacrifício, agora passado, feito de uma vez por todas (Hebreus 10:12). Acima de tudo, Deus permanece santo. A ponto principal da pregação de Paulo em Tessalônica foi que "Cristo devia sofrer e se levantar dos mortos" (Atos 17:3). A morte de Cristo não foi opcional. Ela era o centro do plano de Deus para a salvação do homem.

Muita confusão resulta da noção incorreta de que Deus o Pai não amava a Cristo porque quis que ele morresse para que o pecado do homem pudesse ser perdoado. Essa conclusão ignora o ensino básico das Escrituras de que Jesus era Deus o Filho que, tão perfeitamente como Deus o Pai, trabalhou para o plano da redenção. Na véspera de sua crucificação, Jesus orou: "Pai, a hora é chegada, glorifica a teu Filho, para que o Filho glorifique a ti" (João 17:1). Hebreus 12:2 revela que Jesus suportou a cruz e desprezou sua vergonha por causa da "alegria que lhe fora proposta". Enquanto alguns retratam Jesus indo para a cruz em protesto contra o Pai cruel, as Escrituras mostram o Pai e o Filho em perfeita harmonia na redenção.

A santidade, justiça e retidão de Deus são partes imutáveis de seu caráter, de modo que ele exerce julgamento contra o pecado como aquele que é soberano sobre o reino moral. Ainda assim, ele próprio pagou o preço justo pelo pecado na pessoa de seu Filho para que, sem violar sua santa natureza, ele garantisse perdão e justificação a todos os que crêem.

Autores: Henry Morris e Martin Clark. Extraído de The Bible Has the Answer, publicado por Master Books, 1987. Usado com permissão.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Maçonaria


Maçonaria é uma associação ou uma ordem de caráter universal que agrega homens de todo e qualquer credo religioso, raça e nacionalidade. Seus membros são escolhidos dentre os outros para participarem da sociedade por suas qualidades intelectuais e morais, e convidados a participarem da maçonaria com o objetivo de auxiliarem na construção de uma sociedade humana que seja fundada no amor fraternal entre os homens e o universo. Os maçons cultivam qualidades como amor a Deus, a família, ao próximo e a pátria, e virtudes como a  sabedoria e a tolerância, constantemente buscando a verdade sob o lema: liberdade, Igualdade e Fraternidade, dentro dos princípios da justiça e da razão.
Maçonaria
Com tudo que lemos até aqui desmistificamos muito do que se diz a respeito da maçonaria, as crendices e lendas que fazem muitas pessoas verem a maçonaria como algo ruim, misterioso uma sociedade secretajustamente porque conhecem muito pouco da história e dos feitos da maçonaria junto aos governos e a história de diversos países. Pelo que lemos e pesquisamos sobre a maçonaria trata-se na realidade de uma associação de homens que tem boas condições morais e que pretendem através da sua ação melhorar a comunidade onde vivem, tornando-se por excelência uma sociedade filantrópica, filosóficas, iniciáticas e educativa.
Segredos
Segredos
Não se tem muita noticia das ações da maçonaria, sabe-se um pouco da sua participação na história do mundo do que depreende-se que sempre teve grande influencia sobre as decisões de estado, e muitas vezes a maçonaria e a igreja estiveram de lados diferentes da história, em outros do mesmo lado. Seus membros dificilmente se identificam e somente por algum motivo fortuito ou de seu próprio interesse é que se apresentam ou se deixam saber como maçons. Talvez por ser uma ordem estritamente masculina e fechada a maçonaria desperta muito interesse e curiosidade, algumas pessoas chegam a ter medo dos maçons, assustados pelas lendas que ja até fazem parte da cultura popular, que afirmam que trata-se de uma sociedade secreta, o que não é real.
Simbolo
Simbolo
A maçonaria é uma sociedade fechada, e não secreta, suas casas são conhecidas de todos, sua história, leis e sua filosofia está a disposição dos interessados em varios livros sobre o assunto, vendidos em qualquer livraria. Também não trata-se da cultura religiosa ou seita,  dela participam homens de qualquer credo, desde que estejam de acordo com os principios da maçonaria que são a fé em Deus e na imortalidade da alma. Como podemos perceber a maçonaria é a associação de um grupo de homens que agem sob determinadas regras e que tem por objetico a paz universal e o bem comum. Seus membros são homens livres, que podem seguir qualquer religião ou opção política, no entanto são orientados a se tornarem cidadão exemplares, cumprirem com seus deveres, manter condutas retas, e para ingressar e ser aceito na maçonaria os homens tem que declarar com segurança sua fé em Deus, que chamam de “O grande arquiteto do universo”.

O Dizimo

orkut - meu orkut: http://www.youtube.com/watch?v=Gh4lUzoUm_A

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Deus


Minha concepção de Deus é uma energia que preenche o TODO (infinito) e carregada de inteligência (auto-gestão), e a partir dela é que se formam todas as coisas. Assim, Deus não teria nem começo nem fim. Ele simplesmente É. Estamos imersos em Deus e, de certa forma, SOMOS Deus, pois que essa energia não é excludente. Do mesmo modo que o nosso cabelo tem um certo padrão energético e um DNA, todos nós temos o "código Deus" impresso em nós. Podemos até mesmo senti-lo, quando nos sintonizamos com o divino. Todas as culturas do mundo, mesmo as mais remotas e isoladas, têm seu modelo de divindade. É algo inato ao ser humano. Espanta-me existir ateus. Aposto que eles têm seus motivos para fechar os olhos ao mundo, e não perceber que isso tudo existe a bilhões de anos e NÃO foi ele que fez.
O mundo me intriga e não posso imaginar que este relógio exista e não haja relojoeiro
(Voltaire)
Tudo que existe tem uma causa.
O efeito nunca é superior à causa.
Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente.

(Allan Kardec)
Teria sido por puro acaso que os elementos existentes no universo tomaram certo impulso e direção, para dar início à formação de tudo? De onde teriam vindo, porém, os elementos iniciais para o acaso lhes dar algum impulso e direção, depois? E como poderia o acaso (que, pela própria definição, não é inteligente) produzir um efeito inteligente como o Universo demonstra ser, em toda a sua organização?
O acaso é, talvez, o pseudônimo de Deus, quando não deseja assinar
(Theophile Gautier)
O "padrão energético" de Deus é que dita as regras do jogo. Ou seja, como o universo funciona. Existem regras, mas nós não as conhecemos todas. Estamos engatinhando na física da matéria, que é densa. Que dirá da física dos outros níveis energéticos mais sublimados?
Eu não posso acreditar que Deus tenha escolhido jogar dados com o universo. A coisa mais incompreensível do universo é que ele seja compreensível
(Albert Einstein)
Podemos vislumbrar como a coisa funciona estudando a natureza, que possui vários elos aparentemente frágeis, mas que, se não forem quebrados pela interferência do homem, podem durar milênios. O ser humano é que destoa. Não entrou no compasso da natureza, e a muito custo consegue manter uma sociedade. Como foi dito no filme Matrix: nosso padrão de comportamento se assemelha ao dos vírus.
Jesus veio dar a dica de como as coisas funcionam: Amai ao próximo como a ti mesmo. Nesta frase estão contidas todas as Leis e a sabedoria. Isso é uma corroboração da Lei do Karma, que nos diz que o que você faz tem retorno. Seja bom ou ruim. Em toda ação está inclusa uma reação. A diferença com o Karma é que nem sempre o retorno é imediato.
Milagres de Deus simplesmente não existem, pois que seria admitir a incompetência Divina. Do mesmo modo que um programa (como o Windows) precisa de um pacote de correções ou de atualização para fazer coisas "extras", Deus precisa fazer remendos no seu "programa"? As coisas que não podemos explicar, e que muitos chamam de milagres, nada mais são do que coisas que não podemos explicar. Reconheça sua ignorância, criatura! Não se pode querer correr antes mesmo de aprender a andar!
Os milagres não acontecem em contradição com a natureza, mas só em contradição com o que sabemos da natureza
(Provérbio Chinês)
Reconhecer o que se sabe e reconhecer o que não se sabe, é digno daquele que sabe
(Confúcio)
Tudo o que sei é que nada sei
(Sócrates)
Essa idéia de Deus não diminuiu o respeito que tenho por Ele. Ao contrário: quanto mais me aprofundo nas nuances da interação das energias, mais aumenta meu espanto e admiração com o Criador/ Estruturador. Isso me lembra Napoleão, que ao chegar ao Egito deslumbrou-se com a imponência da arquitetura singular e exclamou: Do alto destas pirâmides 4.000 anos me contemplam!.
Eu humildemente parafraseio: Ao olhar para o infinito, o infinito me contempla, e percebo o quanto sou pequeno, fazendo parte do todo.

Septuaginta
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Série sobre a
Bíblia


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Fragmento da Septuaginta, do Século I, a.D..
Septuaginta é o nome da versão da Bíblia hebraica para o grego koiné, traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século a.C. em Alexandria.
Dentre outras tantas, é a mais antiga tradução da bíblia hebraica para o grego, língua franca do Mediterrâneo oriental pelo tempo de Alexandre, o Grande.
A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta (ou Septuaginta, palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX), pois setenta e dois rabinos trabalharam nela e, segundo a história, teriam completado a tradução em setenta e dois dias.
A Septuaginta foi usada como base para diversas traduções da Bíblia.
A Septuaginta inclui alguns livros não encontrados na bíblia hebraica. Muitas bíblias da Reforma seguem o cânone judaico e excluem estes livros adicionais. Entretanto, católicos romanos incluem alguns destes livros em seu cânon e as Igrejas ortodoxas usam todos os livros conforme a Septuaginta. Anglicanos, assim como a Igreja oriental, usam todos os livros exceto o Salmo 151, e a bíblia do rei Jaime em sua versão autorizada inclui estes livros adicionais em uma parte separada chamada de Apocrypha.
A Septuaginta foi tida em alta conta nos tempos antigos. Fílon de Alexandria e Flávio Josefo consideravam-na divinamente inspirada. Além das traduções latinas antigas, a LXX também foi a base para as versões em eslavo eclesiástico, para a Héxapla de Orígenes (parte) e para as versões armênia, georgiana e copta do Antigo testamento. De grande significado para muitos cristãos e estudiosos da Bíblia, é citada no Novo Testamento e pelos Padres da Igreja. Muito embora judeus não usassem a LXX desde o século II AD recentes estudos acadêmicos troxeram um novo interesse sobre o tema nos estudos judaicos. Alguns dos pergaminhos do Mar Morto sugerem que o texto hebraico pode ter tido outras fontes que não apenas aquelas que formaram o texto massorético. Em vários casos, estes novos textos encontrados estão de acordo com a LXX. Os mais antigos códices da LXX (Vaticanus e Sinaiticus) datam do século IV AD.
Índice [esconder]
1 Controvérsia
1.1 Contra
1.2 Pró Septuaginta
2 Criação do texto
3 Nome e designação
4 Edições impressas
5 Referências
6 Ver também
7 Ligações externas
[editar]Controvérsia

[editar]Contra
Há controvérsia quanto à veracidade de que a Septuaginta tenha mesmo existido como uma versão pré-cristã do Velho Testamento em grego, pois nunca foi encontrada nenhuma versão do Velho Testamento em grego datando antes de Orígenes (185 — 253 d.C).[1] O Dr. H. D. Williams, vice-presidente da Dean Burgon Society[2] publicou um estudo detalhado, no qual defende que a Septuaginta nunca existiu e não passa de um mito.[3] Os defensores da Septuaginta alegam que Jesus e os apóstolos citaram a Septuaginta. Dr. Williams alega que foi Orígenes quem utilizou o grego do Novo Testamento para traduzir em grego o Velho Testamento na sua obra Héxapla. Dr. Williams argumenta que esta coluna da Héxapla, escrita por Orígenes, hoje é chamada de "Septuaginta", porque a Septuaginta, propriamente dita, não existe.
Mesmo Dr. Jones e Dr. Silva, defensores da Septuaginta e escritores do prominente livro Invitation to Septuagint (Convite à Septuaginta), expressam, em duas ocasiões, a fragilidade que cerca o assunto:[4]
a) "The reader is cautioned, therefore, that there is really no such thing as the Septuagint" (O leitor é advertido, portanto, que na verdade não existe uma 'Septuaginta')
b) "Strictly speaking, there is no such thing as the Septuagint. This may seem like an odd statement in a book entitled Invitation to the Septuagint, but unless the reader appreciates the fluidity and ambiguity of the term, he or she will quickly become confused by the literature." (Estritamente falando, não existe uma 'Septuaginta'. Esta parece até uma declaração estranha num livro chamado Convite à Septuaginta, mas a menos que o leitor compreenda a fluidade e ambiguidade do termo, ele ou ela irá se confundir rapidamente pela literatura.).
[editar]Pró Septuaginta
Vários estudos atestam que os Apóstolos e Evangelistas usaram a Septuaginta, a Sociedade Bíblica do Brasil afirma que "pois, como se sabe muitas citações (e alusões) do Antigo Testamento no Novo Testamento procedem diretamente da clássica versão grega".[5] E que das 350 citações que o Novo Testamento faz do Velho Testamento, pelo menos 300 provêm da versão grega.[5]
Exemplos de trechos referentes a Septuaginta podem ser encontrados no Evangelho segundo Mateus, por exemplo, onde Jesus em resposta ao diabo diz:[5]
"Está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus." Mt 4, 4.
Jesus referiu-se a Deuteronômio 8,3, onde é usada é "da boca do Senhor" enquanto a Septuaginta traz "da boca de Deus".[5]
[editar]Criação do texto

De acordo com o historiador judeu Flávio Josefo, sábios judeus traduziram a Torah para o grego koiné no séc. III a.C.[6] Outros livros foram traduzidos ao longo dos dois séculos seguintes. Não é claro quando ou onde cada tradução foi realizada. Alguns livros podem inclusive ter sido traduzidos mais de uma vez, configurando diferentes versões e posteriormente revisados.[7] A qualidade e o estilo dos diferentes tradutores também variavam consideravelmente de livro a livro, indo da tradução literal, à de paráfrase e à interpretativa. De acordo com a avaliação de um estudioso "o Pentateuco foi razoavelmente bem traduzido, mas o resto dos livros, especialmente os poéticos, foram em geral mal feitos e contém mesmo alguns absurdos".[8]
A medida que o trabalho de tradução gradualmente progredia e novos livros eram adicionados à coleção, a abrangência da Bíblia grega passou a ficar um tanto indefinida. O Pentateuco sempre manteve a sua preeminencia como a base do Cânon, mas a coleção de livros proféticos (a partir dos quais os Neviim foram selecionados) teve sua composição alterada por ter vários escritos hagiográficos nele incorporados. Alguns dos escritos mais recentes, os chamados anagignoskomena, em grego, não estão incluídos no Cânon judaico. Dentre estes livros estão os Livros dos Macabeus e o Eclesiástico. Além disso, a versão da LXX de algumas obras, como o Livro de Daniel e o Livro de Ester, são mais longos do que aqueles encontrados no texto massorético.[9] Alguns livros posteriores, como o Livro da Sabedoria, II Macabeus, entre outros, aparentemente já foram compostos em grego e não em hebraico.[10]
A autoridade do grupo mais extenso de "escritos", a partir dos quais se formou o ketuvim, ainda não havia sido determinada, apesar de que algum tipo de processo seletivo deve ter sido empregado, uma vez que a LXX não inclui outros documentos judaicos bem conhecidos como o Livro de Enoque, o Livro dos Jubileus e outros escritos que atualmente são parte da Pseudepigrafia. Não é sabido quais foram os critérios usados para determinar o conteúdo da LXX além da "Lei e dos Profetas", expressão usada muitas vezes no Novo Testamento.
[editar]Nome e designação

A Septuaginta tem seu nome vindo do latim Interpretatio septuaginta virorum (em grego: ἡ μετάφρασις τῶν ἑβδομήκοντα, transl. hē metáphrasis tōn hebdomēkonta), "tradução dos setenta intérpretes". A palavra septuaginta,[11] acrescenta mais detalhes: "No entanto, não foi até o tempo de Agostinho de Hipona (354-430 dC) que a tradução grega das escrituras judaicas veio a ser chamado pela septuaginta termo latino [70 ao invés de 72]. Em sua Cidade de Deus 18,42, enquanto repetindo a história de Aristeu com enfeites típicos, Agostinho acrescenta o comentário: "É a tradução que agora se tornou tradicional para chamar a Septuaginta" ... [Latin omitido] ... Agostinho, portanto, indica que este nome para a tradução grega das escrituras foi um desenvolvimento recente. Mas ele não oferece nenhuma pista sobre quais os possíveis antecedentes levou a este desenvolvimento: Predefinição: Bibleverse, [Antiguidades 12,57, 12,86] Josefo, ou de uma elisão. ... Este nome Septuaginta parece ter sido desenvolvido do quarto para o quinto século. "[11].".[12]
O título latino se refere ao relato legendário contido na pseudepigráfica Carta de Aristeias em que o rei do Egito Ptolomeu II Filadelfo pede a setenta e dois sábios judeus que traduzam a Torah para o grego, com o fim de incluí-la na Biblioteca de Alexandria.[13]
Uma versão posterior da lenda, narrada por Fílon de Alexandria, afirma que apesar de os tradutores terem sido mantidos em salas separadas, todos eles produziram versões idênticas do texto em setenta e dois dias. Apesar desse relato ser historicamente implausível, sua redação traz à tona e desejo dos sábios judeus da época de apresentar a tradução como divinamente inspirada.[13] Uma versão desta lenda é encontrada no Tratado Megillah do Talmude Babilônico (páginas 9a-9b), que identifica especificamente quinze traduções pouco usuais feitas por eruditos. Somente duas dessas traduções são encontradas no texto da LXX que chegou até nós.
[editar]Edições impressas

Todas as edições impressas da Septuaginta são derivadas de três antigas cópias.
A Editio princeps é a Bíblia Poliglota Complutense, baseada em manuscritos atualmente perdidos, é considerada bastante próxima aos mais antigos manuscritos[14]
A edição aldina publicou-se em Veneza em 1518. O texto aproxima-se mais do Codex B do que do complutense. O editor não os especifica que manuscritos usou. Foi reimpressa diversas vezes.
A edição mais importante é a romana ou sistina, que reproduz exclusivamente o Codex Vaticanus Foi publicada pelo Cardeal Caraffa, com a ajuda dos vários peritos, em 1586, autorizado pelo Papa Sisto V, para ajudar nas revisões em preparação da Vulgata Latina, requisitada pelo Concílio de Trento. Transformou-se num repositório de textos do Antigo Testamento grego e teve muitas edições novas, tais como o de Holmes e de Pearsons (Oxford, 1798-1827), e as sete edições de Constantin von Tischendorf, que se publicaram em Leipzig entre 1850 e 1887, sendo que os últimos dois, publicou-se após a morte do autor na revisão da Nestle, e as quatro edições do Henry Barclay Swete (Cambridge, 1887-95, 1901, 1909), etc;
A edição de Grabe foi publicada em Oxford, 1707 a 1720, e reproduzida, de maneira incompleta no Codex Alexandrinus de Londres. Para edições parciais, veja Vigouroux, “Dict. de la Bible”, sqq 1643.
Referências

↑ The Christian's handbook of manuscript evidence, 1997, Dr. Peter S. Ruckman
↑ Dean Burgon Society [1]
↑ Expondo a Farsa da Septuaginta, [2]
↑ Invitation to Septuagint, 2000, Dr. Jones and Dr. Silva
↑ a b c d Lima, Alessandro Ricardo. O Cânon Bíblico: A Origem da Lista dos Livros Sagrados (em português). 1ª ed. Brasília: [s.n.], 2007. 125 p. pp. 22. ISBN Página visitada em 26/02/11
↑ Josephus, Flavius, Antiquities of the Jews, 12.2.11-15; Whiston, William; The Complete Works of Josephus; Hendrickson Publishers, (Nashville, Tennessee, 1987); ISBN 0-913573-86-8
↑ Joel Kalvesmaki, The Septuagint
↑ Sir Godfrey Driver, Introduction to the Old Testament of the New English Bible (1970)
↑ Rick Grant Jones, Various Religious Topics, "Books of the Septuagint," (Accessed 2006.9.5).
↑ Ver Livros da Bíblia
↑ The Canon Debate, McDonald & Sanders editors, chapter by Sundberg, page 72
↑ significa "setenta" em latim (daí a abreviação LXX)
↑ a b Jennifer M. Dines, The Septuagint, Michael A. Knibb, Ed., London: T&T Clark, 2004
↑ Joseph Ziegler, "Der griechische Dodekepropheton-Text der Complutenser Polyglotte," Biblica 25:297-310, cited in Würthwein. Apud en:Septuagint;
[editar]Ver também

Codex Alexandrinus
Codex Vaticanus
Judaismo
Pentateuco
Tanakh
Tetragrammaton
Texto Massorético
Vulgata (Outra tradução bíblica a partir do original hebraico - Esta diretamente para Latim )
[editar]Ligações externas

Septuagint - English Version
Septuagint Version

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"O Deus, que fez o mundo e tudo o que nele há, é o Senhor do céu e da terra, e não habita em templos feitos por mãos humanas." Atos 17:24
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O Evangelho De Maria Madalena / Fragmento Do Evangelho Segundo Maria Madalena

Tema: Cristianismo, Gnosticismo / Gnose
TRECHO:
Salvador disse: " Todas as espécies, todas as formações, todas as criaturas estão unidas, elas dependem umas das outras, e se separarão novamente em sua própria origem. Pois a essência da matéria somente se separará de novo em sua própria essência. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça."
Pedro lhe disse: " Já que nos explicaste tudo, dize-nos isso também: o que é o pecado do mundo?" Jesus disse: "Não há pecado ; sois vós que os criais, quando fazeis coisas da mesma espécie que o adultério, que é chamado 'pecado'. Por isso Deus Pai veio para o meio de vós, para a essência de cada espécie, para conduzi-la a sua origem."
Em seguida disse: "Por isso adoeceis e morreis [...]. Aquele que compreende minhas palavras, que as coloque-as em prática. A matéria produziu uma paixão sem igual, que se originou de algo contrário à Natureza Divina. A partir daí, todo o corpo se desequilibra. Essa é a razão por que vos digo: tende coragem, e se estiverdes desanimados, procurais força das diferentes manifestações da natureza. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça."
Quando o Filho de Deus assim falou, saudou a todos dizendo: "A Paz esteja convosco. Recebei minha paz. Tomai cuidado para ninguém vos afaste do caminho, dizendo: 'Por aqui' ou 'Por lá', Pois o Filho do Homem está dentro de vós. Segui-o. Quem o procurar, o encontrará. Prossegui agora, então, pregai o Evangelho do Reino. Não estabeleçais outras regras, além das que vos mostrei, e não instituais como legislador, senão sereis cerceados por elas." Após dizer tudo isto partiu.

Constitutio Apostolica - Nova Vulgata

Constitutio Apostolica - Nova Vulgata

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

O CONCÍLIO DE NICÉIA 325 D

O CONCÍLIO DE NICÉIA 325 D.C.

Pesquisa e Compilação de dados: E.I.E. Caminhos da Tradição

(vide bibliografia e um link que levou uma discussão com um padre católico num fórum do Orkut ao final do texto)

325 D.C – É realizado o Concílio de Nicéia, atual cidade de Iznik, província de Anatólia (nome que se costuma dar à antiga Ásia Menor ), na Turquia asiática. A Turquia é um país euro-asiático, constituído por uma pequena parte européia, a Trácia, e uma grande parte asiática, a Anatólia. Este foi o primeiro Concílio Ecumênico da Igreja, convocado pelo Imperador Flavius Valerius Constantinus (285 - 337 d.C), filho de Constâncio I. Quando seu pai morreu em 306, Constantino passou a exercer autoridade suprema na Bretanha, Gália ( atual França ) e Espanha. Aos poucos, foi assumindo o controle de todo o Império Romano.

Desde Lúcio Domício Aureliano (270 - 275 d.C.), os Imperadores tinham abandonado a unidade religiosa, com a renúncia de Aureliano a seus "direitos divinos", em 274. Porém, Constantino, estadista sagaz que era, inverteu a política vigente, passando, da perseguição aos cristãos, à promoção do Cristianismo, vislumbrando a oportunidade de relançar, através da Igreja, a unidade religiosa do seu Império. Contudo, durante todo o seu regime, não abriu mão de sua condição de sumo-sacerdote do culto pagão ao "Sol Invictus". Tinha um conhecimento rudimentar da doutrina cristã e suas intervenções em matéria religiosa visavam, a princípio, fortalecer a monarquia do seu governo.

Na verdade, Constantino observara a coragem e determinação dos mártires cristãos durante as perseguições promovidas por Diocleciano, em 303. Sabia que, embora ainda fossem minoritários ( 10% da população do império ), os cristãos se concentravam nos grandes centros urbanos, principalmente em território inimigo. Foi uma jogada de mestre, do ponto de vista estratégico, fazer do Cristianismo a Religião Oficial do Império : Tomando os cristãos sob sua proteção, estabelecia a divisão no campo adversário. Em 325, já como soberano único, convocou mais de 300 bispos ao Concílio de Nicéia. Constantino visava dotar a Igreja de uma doutrina padrão, pois as divisões, dentro da nova religião que nascia, ameaçavam sua autoridade e domínio. Era necessário, portanto, um Concílio para dar nova estrutura aos seus poderes.

E o momento decisivo sobre a doutrina da Trindade ocorreu nesse Concílio. Trezentos Bispos se reúnem para decidir se Cristo era um ser criado (doutrina de Arius) ou não criado, e sim igual e eterno como Deus Seu Pai (doutrina de Atanásio). A igreja acabou rejeitando a idéia ariana de que Jesus era a primeira e mais nobre criatura de Deus, e afirmou que Ele era da mesma "substância" ou "essência" (isto é, a mesma entidade existente) do Pai.

Assim, segundo a conclusão desse Concílio, há somente um Deus, não dois; a distância entre Pai e Filho está dentro da unidade divina, e o Filho é Deus no mesmo sentido em que o Pai o é. Dizendo que o Filho e o Pai são "de uma substância", e que o Filho é "gerado" ("único gerado, ou unigênito", João 1. 14,18; 3. 16,18, e notas ao texto da NVI), mas "não feito", o Credo Niceno, estabelece a Divindade do homem da Galiléia, embora essa conclusão não tenha sido unânime. Os Bispos que discordaram, foram simplesmente perseguidos e exilados. Com a subida da Igreja ao poder, discussões doutrinárias passaram a ser tratadas como questões de Estado. E na controvérsia ariana, colocava-se um obstáculo grande à realização da idéia de Constantino de um Império universal que deveria ser alcançado com a uniformidade da adoração divina.

O Concílio foi aberto formalmente a 20 de maio, na estrutura central do palácio imperial, ocupando-se com discussões preparatórias na questão ariana, em que Arius , com alguns seguidores, em especial Eusébio , de Nicomédia; Teógnis, de Nice, e Maris, de Chalcedon, parecem ter sido os principais líderes. Como era costume, os bispos orientais estavam em maioria. Na primeira linha de influência hierárquica estavam três arcebispos : Alexandre, de Alexandria; Eustáquio, de Antioquia e Macário, de Jerusalém, bem como Eusébio, de Nicomédia e Eusébio, de Cesaréia. Entre os bispos encontravam-se Stratofilus, bispo de Pitiunt (Bichvinta, reino de Egrisi). O ocidente enviou não mais de cinco representantes na proporção relativa das províncias : Marcus, da Calabria (Itália) ; Cecilian, de Cartago (África) ; Hosius, de Córdova (Espanha); Nicasius, de Dijon (França) e Domnus, de Stridon (Província do Danúbio). Apenas 318 bispos compareceram, o que equivalia a apenas uns 18% de todos os bispos do Império. Dos 318, poucos eram da parte ocidental do domínio de Constantino, tornando a votação, no mínimo, tendenciosa. Assim, tendo os bispos orientais como maioria e a seu favor, Constantino aprovaria com facilidade, tudo aquilo que fosse do seu interesse. As sessões regulares, no entanto, começaram somente com a chegada do Imperador. Após Constantino ter explicitamente ordenado o curso das negociações, ele confiou o controle dos procedimentos a uma comissão designada por ele mesmo, consistindo provavelmente nos participantes mais proeminentes desse corpo.

O Imperador manipulou, pressionou e ameaçou os partícipes do Concílio para garantir que votariam no que ele acreditava, e não em algum consenso a que os bispos chegassem. Dois dos bispos que votaram a favor de Arius foram exilados e os escritos de Arius foram destruídos. Constantino decretou que qualquer um que fosse apanhado com documentos arianistas estaria sujeito à pena de morte. Mas a decisão da Assembléia não foi unânime, e a influência do imperador era claramente evidente quando diversos bispos de Egito foram expulsos devido à sua oposição ao credo. Na realidade, as decisões de Nicéia foram fruto de uma minoria. Foram mal entendidas e até rejeitadas por muitos que não eram partidários de Ário.

Posteriormente, 90 bispos elaboraram outro credo (O "Credo da Dedicação") em, 341, para substituir o de Nicéia. (...) E em 357, um Concílio em Smirna adotou um credo autenticamente ariano. Portanto, as orientações de Constantino nessa etapa foram decisivas para que o Concílio promulgasse o credo de Nicéia, ou a Divindade de Cristo, em 19 de Junho de 325. E com isso, veio a conseqüente instituição a Santíssima Trindade e a mais discutida, ainda, a instituição do Espírito Santo, o que redundou em interpolações e cortes de textos sagrados, para se adaptar a Bíblia às decisões do conturbado Concílio e outros, como o de Constantinopla, em 38l, cujo objetivo foi confirmar as decisões daquele. A concepção da Trindade, tão obscura, tão incompreensível, oferecia grande vantagem às pretensões da Igreja. Permitia-lhe fazer de Jesus Cristo um Deus. Conferia a Jesus, que ela chama seu fundador, um prestígio, uma autoridade, cujo esplendor recaia sobre a própria Igreja católica e assegurava o seu poder, exatamente como foi planejado por Constantino. Essa estratégia revela o segredo da adoção trinitária pelo concílio de Nicéia. Os teólogos justificaram essa doutrina estranha da divinização de Jesus, colocando no Credo a seguinte expressão sobre Jesus Cristo : “Gerado, não criado”. Mas, se foi gerado, Cristo não existia antes de ser gerado pelo Pai. Logo, Ele não é Deus, pois Deus é eterno!

Espelhando bem os novos tempos, o Credo de Nicéia não fez qualquer referência aos ensinamentos de Jesus. Faltou nele um "Creio em seus ensinamentos", talvez porque já não interessassem tanto a uma religião agora sócia do poder Imperial Romano. Mesmo com a adoção do Credo de Nicéia, os problemas continuaram e, em poucos anos, a facção arianista começou a recuperar o controle. Tornaram-se tão poderosos que Constantino os reabilitou e denunciou o grupo de Atanásio. Arius e os bispos que o apoiavam voltaram do exílio. Agora, Atanásio é que foi banido. Quando Constantino morreu ( depois de ser batizado por um bispo arianista), seu filho restaurou a filosofia arianista e seus bispos e condenou o grupo de Atanásio. Nos anos seguintes, a disputa política continuou, até que os arianistas abusaram de seu poder e foram derrubados. A controvérsia político/religiosa causou violência e morte generalizadas. Em 381 d.C, o imperador Teodósio (um trinitarista) convocou um concílio em Constantinopla. Apenas bispos trinitários foram convidados a participar. Cento e cinqüenta bispos compareceram e votaram uma alteração no Credo de Nicéia para incluir o Espírito Santo como parte da divindade. A doutrina da Trindade era agora oficial para a Igreja e também para o Estado. Com a exclusiva participação dos citados bispos, a Trindade foi imposta a todos como "mais uma verdade teológica da igreja". E os bispos, que não apoiaram essa tese, foram expulsos da Igreja e excomungados.

Tudo isso nos leva a crer que o homem chamado "Jesus Cristo" na maneira descrita nos Evangelhos nunca existiu. Suas peripécias são fictícias; não padeceu sob nenhum Pôncio Pilatos; não foi nem poderia jamais ser a única Encarnação do Verbo; e qualquer Igreja, seita ou pessoa que diga o contrário ou está enganada ou enganando. Não quero dizer com isto que um homem assim não pudesse ter nascido, pregado e padecido. Segundo a Doutrina Teosófica, teria existido um homem chamado Joshua Ben Pandira. Tais homens nascem continuamente, e continuarão a nascer por todos os tempos: Encarnações do Logos, Templos do Espírito Santo, Cruzes de Matéria coroadas pela Chama do Espírito.

Direi mais: Houve, em certa ocasião, um homem que alcançou no mais alto grau a consciência de sua própria Divindade; e este homem morreu em circunstâncias análogas (porém não idênticas!) àquelas narradas nos Evangelhos. Seu nascimento perdeu-se na noite dos tempos: ele foi o original do "Enforcado" ou "Sacrifício" no Tarô, e os egípcios o conheciam pelo nome de Osíris. Foi esse Iniciado quem formulou na carne a fórmula do Deus Sacrificado. Esta é a fórmula da Cerimônia da Morte de Asar na Pirâmide, que foi reproduzida nos mistérios de fraternidades maçônicas da tradição de Hiram, das quais o exemplo mais perfeito foi o Antigo e Aceito Rito Escocês. O Grau 33° desse rito indicava uma Encarnação do Logos, a descida do Espírito Santo; a manifestação, na carne, de um Cristo; a presença do Deus Vivo.

Por volta do século IX, o credo já estava estabelecido na Espanha, França e Alemanha. Tinha levado séculos desde o tempo de Cristo para que a doutrina da Trindade "pegasse". As políticas do governo e da Igreja foram as razões que levaram a Trindade a existir e se tornar a doutrina oficial da Igreja. Como se pode observar, a doutrina trinitária resultou da mistura de fraude, política, um imperador pagão e facções em guerra que causaram mortes e derramamento de sangue. As Igrejas Cristãs hoje em dia dizem que Constantino foi o primeiro Imperador Cristão, mas seu "cristianismo" tinha motivação apenas política. É altamente duvidoso que ele realmente aceitasse a Doutrina Cristã. Ele mandou matar um de seus filhos, além de um sobrinho, seu cunhado e possivelmente uma de suas esposas. Ele manteve seu título de alto sacerdote de uma religião pagã até o fim da vida e só foi batizado em seu leito de morte.



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OBS.: Em 313 d.C., com o grande avanço da "Religião do Carpinteiro", o Imperador Constantino Magno enfrentava problemas com o povo romano e necessitava de uma nova Religião para controlar as massas. Aproveitando-se da grande difusão do Cristianismo, apoderou-se dessa Religião e modificou-a, conforme seus interesses. Alguns anos depois, em 325 D.C, no Concílio de Nicéia, é fundada, oficialmente, a Igreja Católica...

Há que se ressaltar que, "Igreja" na época de Jesus, não era a "Igreja" que entendemos hoje, pois se lermos os Evangelhos duma ponta à outra veremos que a palavra «Igreja», no sentido que hoje lhe damos, nem sequer neles é mencionada exceto por aproximação e apenas três vezes em dois versículos no Evangelho de Mateus (Mt 16, 18 e Mt 18, 17), pois a palavra grega original, usada por Mateus, ekklêsia, significa simplesmente «assembléia de convocados», neste caso a comunidade dos seguidores da doutrina de Jesus, ou a sua reunião num local, geralmente em casas particulares onde se liam as cartas e as mensagens dos apóstolos. Sabemo-lo pelo testemunho de outros textos do Novo Testamento, já que os Evangelhos a esse respeito são omissos. Veja-se, por exemplo, a epístola aos Romanos (16,5) onde Paulo cita o agrupamento (ekklêsia) que se reunia na residência dum casal de tecelões, Áquila e Priscila, ou a epístola a Filémon (1, 2) onde o mesmo Paulo saúda a ekklêsia que se reunia em casa do dito Filémon ; num dos casos, como lemos na epístola de Tiago (2, 2), essa congregação cristã é designada por «sinagoga». Nada disto tem a ver, portanto, com a imponente Igreja católica enquanto instituição formal estruturada e oficializada, sobretudo a partir do Concílio de Nicéia, presidido pelo Imperador Constantino, mais de 300 anos após a morte de Cristo. Onde termina a IGREJA PRIMITIVA dos Atos dos Apóstolos e começa o Catolicismo Romano?

Quando Roma tornou-se o famoso império mundial, assimilou no seu sistema os deuses e as religiões dos vários países pagãos que dominava. Com certeza, a Babilônia era a fonte do paganismo desses países, o que nos leva a constatar que a religião primitiva da Roma pagã não era outra senão o culto babilônico. No decorrer dos anos, os Líderes da época começaram a atribuir a si mesmos, o poder de "senhores do povo" de Deus, no lugar da Mensagem deixada por Cristo. Na época da Igreja Primitiva, os verdadeiros Cristãos eram jogados aos leões. Bastava se recusar a seguir os falsos ensinamentos e o castigo vinha a galope. O paganismo babilônico imperava a custa de vidas humanas. No ano 323 d.C, o Imperador Constantino professou conversão ao Cristianismo. As ordens imperiais foram espalhadas por todo o império:

As perseguições deveriam cessar! Nesta época, a Igreja começou a receber grandes honrarias e poderes mundanos. Ao invés de ser separada do mundo, ela passou a ser parte ativa do sistema político que governava. Daí em diante, as misturas do paganismo com o Cristianismo foram crescendo, principalmente em Roma, dando origem ao Catolicismo Romano. O Concílio de Nicéia, na Ásia Menor, presidido por Constantino era composto pelos Bispos que eram nomeados pelo Imperador e por outros que eram nomeados por Líderes Religiosos das diversas comunidades. Tal Concílio consagrou oficialmente a designação "Católica" aplicada à Igreja organizada por Constantino : "Creio na igreja una, santa, católica e apostólica". Poderíamos até mesmo dizer que Constantino foi seu primeiro Papa. Como se vê claramente, a Igreja Católica não foi fundada por Pedro e está longe de ser a Igreja primitiva dos Apóstolos...

Os documentos incluídos no assim-chamado "Novo Testamento" (a saber, os Quatro Evangelhos, os Atos, as Cartas e o Apocalipse) seriam falsificações perpetradas
pelos patriarcas da Igreja Romana na época de Constantino, por eles chamado "o Grande" porque permitiu esta contrafação, colaborando com ela.

Constantino não teve sonho algum de "In Hoc Signo Vinces". Tais lendas teriam então sido inventadas pelos patriarcas romanos dos três séculos que se seguiram, durante os quais todos os documentos dos primórdios da assim-chamada "era Cristã" existentes nos arquivos do Império Romano foram completamente alterados. O que realmente aconteceu na época de Constantino, foi que, aliados os presbíteros de Roma e Alexandria, com a cumplicidade dos patriarcas das igrejas locais, dirigiram-se ao Imperador, fizeram-lhe ver que a religião oficial era seguida apenas por uma minoria de patrícios, que a quase totalidade da população do Império era cristã (pertencendo às várias seitas e congregações das províncias); que o Império se estava desintegrando devido a discrepância entre a fé do povo e a dos patrícios; que as investidas constantes de seitas guerreiras essênias da Palestina incitavam as províncias contra a autoridade de Roma; e que, resumindo, a única forma de Constantino conservar o Império seria aceitar a versão Romano-Alexandrina do Cristianismo. Então, os bispos aconselhariam o povo
a cooperar com ele; em troca, Constantino ajudaria os bispos a destruírem a influência de todas as outras seitas cristãs! Constantino aceitou este pacto político, tornando a versão Romano-Alexandrina do Cristianismo na religião oficial do Império.

Conseqüentemente, a liderança religiosa passou às mãos dos patriarcas Romano-Alexandrinos, que, auxiliados pelo exército do Imperador, começaram uma "purgação" bem nos moldes daquelas da Rússia moderna. Os cabeças das seitas cristãs independentes foram aprisionados; seus templos, interditados; e congregações inteiras foram sacrificadas nas arenas das províncias de Roma e Alexandria. Os gnósticos gregos, herdeiros dos Mistérios de Elêusis, foram acusados de práticas infames por padres castrados como Orígenes e Irineu (a castração era um método singular de preservar a castidade, derivado do culto de Átis, do qual se originou a psicologia Romano-Alexandrina). Os essênios foram condenados através do hábil truque de fazer dos judeus os vilões do Mistério da Paixão; e com a derrota e dispersão finais dos judeus pelos quatro cantos do Império, a Igreja Romano-Alexandrina respirou desafogada e pode dedicar-se completamente ao que tem sido sua especialidade desde então: AJUDAR OS TIRANOS DO MUNDO A ESCRAVIZAREM OS HOMENS LIVRES.

Em resumo: Por influência dos imperadores Constantino e Teodósio, o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império Romano e entrou no desvio. Institucionalizou-se; surgiu o profissionalismo religioso; práticas exteriores do paganismo foram assimiladas; criaram-se ritos e rezas, ofícios e oficiantes. Toda uma estrutura teológica foi montada para atender às pretensões absolutistas da casta sacerdotal dominante, que se impunha aos fiéis com a draconiana afirmação : "Fora da Igreja não há salvação". Além disso, Constantino queria um Império unido e forte, sem dissensões. Para manter o seu domínio sobre os homens e estabelecer a ditadura religiosa, as autoridades eclesiásticas romanas deviam manter a ignorância sobre as filosofias e Escrituras. A mesma Bíblia devia ser diferente. Devia exaltar Deus e os Patriarcas mas, também, um Deus forte, para se opor ao próprio Jeová dos Hebreus, ao Buda, aos poderosos deuses do Olimpo. Era necessário trazer a Divindade Arcaica Oriental, misturada às fábulas com as antigas histórias de Moisés, Elias, Isaías, etc., onde colocaram Jesus, não mais como Messias ou Cristo, mas, maliciosamente, colocou Jesus parafraseado de divindade no lugar de Jezeu Cristna, a segunda pessoa da trindade arcaica do Hinduísmo. Nesse quadro de ambições e privilégios, não havia lugar para uma doutrina que exalta a responsabilidade individual e ensina que o nosso futuro está condicionado ao empenho da renovação interior e não à simples adesão e submissão incondicional aos Dogmas de uma Igreja, os quais, para uma perfeita assimilação, eram necessários admitir a quintessência da teologia : "Credo quia absurdum", ou seja, "Acredito mesmo que seja absurdo", criada por Tertuliano (155-220), apologista Cristão.

Disso tudo deveria nascer uma religião forte como servia ao império romano. Veio ainda a ser criados os simbolismos da Sagrada Família e de todos os Santos, mas as verdades do real cânone do Novo Testamento e parte das Sagradas Escrituras deviam ser suprimidas ou ocultadas, inclusive as obras de Sócrates e outras Filosofias contrárias aos interesses da Igreja que nascia. Esta lógica foi adotada pelas forças clericais mancomunadas com a política romana, que precisava desta religião, forte o bastante, para impor-se aos povos conquistados e reprimidos por Roma, para assegurar-se nas regiões invadidas, onde dominava as terras, mas não o espírito dos povos ocupados. Em troca, o Cristianismo ganhava a Universalidade, pois queria se tornar "A Religião Imperial Católica Apostólica Romana", a Toda Poderosa, que vinha a ser sustentada pela força, ao mesmo tempo em que simulava a graça divina, recomendando o arrependimento e perdão, mas que na prática, derrotava seus inimigos a golpes de espada. Então não era da tolerância pregada pelo Cristianismo que Constantino precisava, mas de uma religião autoritária, rígida, sem evasivas, de longo alcance, com raízes profundas no passado e uma promessa inflexível no futuro, estabelecida mediante poderes, leis e costumes terrenos. Para isso, Constantino devia adaptar a Religião do Carpinteiro, dando-lhes origens divinas e assim impressionaria mais o povo o qual sabendo que Jesus era reconhecido como o próprio Deus na nova religião que nascia, haveria facilidade de impor a sua estrutura hierárquica, seu regime monárquico imperial, e assim os seus poderes ganhariam amplos limites, quase inatingíveis.

Quando Constantino morreu, em 337, foi batizado e enterrado na consideração de que ele se tornara um décimo terceiro Apóstolo, e na iconografia eclesiástica veio a ser representado recebendo a coroa das mão de Deus.

Fontes:

* Instituto São Thomás de Aquino - Fundação para Ciência e Tecnologia -
Dominicanos de Lisboa - Portugal.

* Documentos da Igreja Cristã, de H. Bettenson.

* UMA HISTÓRIA DA LEITURA, de Alberto Manguel, COMPANHIA DAS LETRAS – SP, 1997 ( páginas 228 a 237 ) da "LEITURA DO FUTURO" - Editora Schwarcz Ltda.

* História da Igreja Católica, Philip Hughes, Dominus.

* História Universal, H.G. Wells.

* Carta à um Maçon - Marcelo Ramos Motta

* LA MISA Y SUS MISTÉRIOS, de J. M. Ragón.

* THE ARCANE SCHOOLS, de John Yarker.

* DO SEXO À DIVINDADE, do Dr. Jorge Adoum.

* CURSO FILOSÓFICO DE LAS INICIACIONES ANTIGUAS Y MODERNAS, de J. M. Ragón.

* ISIS UNVEILED, de Helena Blavatsky, seção sobre o cristianismo.

OS LIVROS APÓCRIFOS

Conforme mencionamos acima, Constantino, foi pressionado por sua corte a elaborar um conceito de Deus que agradasse às facções cristãs que tinham Jesus como salvador dos pecados do mundo. Constantino convocou então em 20 de maio de 325 a 19 de junho do mesmo ano, o célebre Conselho de Nicéia. O Concílio foi Presidido pelo Bispo Alexandre de Alexandria.



E entre muitas discussões durantes os debates. um grupo de altos dignitários cristãos decidiu que Deus era três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. O que contraria as palavras de Jesus, pois nem no Novo Testamento nem nos textos Apócrifos, jamais se referiu à Trindade. O que unanimemente todos os evangelhos expressam é: "Eu (Jesus) e o Pai somos um”.



Foi nesse conselho que os evangelhos que não tinham o aval do Espírito Santo foram rotulados APÓCRIFOS. E de que forma se podia saber sobre essa decisão divina? Disseram que todos os textos religiosos até então escritos foram colocados sobre um altar. Os bispos rezaram para que aqueles que fossem falsos caíssem. E tal se deu. Restaram os Evangelhos segundo Mateus, Lucas, Marcos e João, sem que nunca se pudesse provar se a autoria é a verdadeira. É lógico que o procedimento para a escolha dos Evangelhos não se deu como os bispos disseram. Eles simplesmente escolheram aqueles que não representariam ameaças ao poder da Igreja, excluindo aqueles que provavam a descendência de Jesus, pois do contrário o Papa seria deposto e substituído por um herdeiro consangüíneo de Jesus. Outro parâmetro importante era o Monoteísmo, Deus deveria ser uma só entidade suprema – da qual os papas seriam os representantes diretos na Terra. A prática de Magia também foi condenada, é claro, pois isso representaria perigo ao poder da igreja. Apesar de condenar a magia, a astrologia e outras ciências. a abertura do concílio deu-se em 20 de maio de 325, sob uma conjunção de Urano e Plutão em Aquário. Conjunções Urano-Plutão são de grande importância como demarcadores de avanços econômicos e tecnológicos, assim como de momentos em que se formam as condições para grandes concentrações de capital que proporcionarão surtos de desenvolvimento da atividade econômica. Efetivamente a Igreja cumpriu, ao longo dos séculos, um papel de grande importância na vida econômica da Europa, seja como proprietária de terras seja como impulsionadora do renascimento comercial, através das cruzadas. Ainda hoje podemos testemunhar o Rico Império em que a Igreja Católica se transformou, basta observar o Vaticano.

A partir de Nicéia, então, tudo o que não estivesse de acordo com os ditames de Roma era queimado.

No entanto, muitos destes livros foram copiados, enterrados, escondidos em Mosteiros por Monges Agnósticos, fracionados e publicados sob outros nomes e de alguma forma sobreviveram até os nossos dias. Há uma vasta lista de títulos de livros que se tornaram apócrifos, acredito termos relacionado a grande maioria abaixo:



Antigo Testamento



Apocalipse de Adão

Apocalipse de Baruc

Apocalipse de Moisés

Apocalipse de Sidrac

Sexto, Sétimo, Oitavo, Nono e Décimo Livros de Moisés

Samuel Apócrifo

As Três Estelas de Seth

Ascensão de Isaías

Assunção de Moisés

Caverna dos Tesouros

Epístola de Aristéas

Livro dos Jubileus

Martírio de Isaías

Oráculos Sibilinos

Prece de Manassés

Primeiro Livro de Adão e Eva

Primeiro Livro de Enoque

Primeiro Livro de Esdras

Quarto Livro dos Macabeus

Revelação de Esdras

Salmo 151

Salmos de Salomão (ou Odes de Salomão)

Segundo Livro de Adão e Eva

Segundo Livro de Enoque (ou Livro dos Segredos de Enoque)

Segundo Livro de Esdras (ou Quarto Livro de Esdras)

Segundo Tratado do Grande Seth

Terceiro Livro dos Macabeus

Testamento de Abraão

Testamento dos Doze Patriarcas

Vida de Adão e Eva



Novo Testamento



A Hipostase dos Arcontes - (Ágrafos Extra-Evangelhos) - (Ágrafos de Origens Diversas) - Apocalipse da Virgem - Apocalipse de João o Teólogo - Apocalipse de Paulo

Apocalipse de Pedro

Apocalipse de Tomé - Atos de André - Atos de André e Mateus - Atos de Barnabé - Atos de Filipe - Atos de João - Atos de João o Teólogo - Atos de Paulo - Atos de Paulo e Tecla - Atos de Pedro - Atos de Pedro e André - Atos de Pedro e Paulo - Atos de Pedro e os Doze Apóstolos - Atos de Tadeu - Atos de Tomé - Consumação de Tomé - Correspondência entre Paulo e Sêneca - Declaração de José de Arimatéia - Descida de Cristo ao Inferno - Discurso de Domingo - Ditos de Jesus ao rei Abgaro - Ensinamentos de Silvano - Ensinamentos do Apóstolo [T]adeu - Ensinamentos dos Apóstolos

Epístola aos Laodicenses

Epístola de Herodes a Pôncio Pilatos - Epístola de Jesus ao rei Abgaro (2 versões) - Epístola de Pedro a Filipe - Epístola de Pôncio Pilatos a Herodes - Epístola de Pôncio Pilatos ao Imperador - Epístola de Tibério a Pôncio Pilatos - Epístola do rei Abgaro a Jesus - Epístola dos Apóstolos - Eugnostos, o Bem-Aventurado - Evangelho Apócrifo de João - Evangelho Apócrifo de Tiago - Evangelho Árabe de Infância - Evangelho Armênio de Infância (fragmentos) - Evangelho da Verdade - Evangelho de Bartolomeu

Evangelho de Filipe

Evangelho de Marcião - Evangelho de Maria Madalena (ou Evangelho de Maria de Betânia) - Evangelho de Matias (ou Tradições de Matias) - Evangelho de Nicodemos (ou Atos de Pilatos) - Evangelho de Pedro

Evangelho de Tome o Gêmeo (Dídimo)

Evangelho do Pseudo-Mateus - Evangelho do Pseudo-Tomé - Evangelho dos Ebionitas (ou Evangelho dos Doze Apóstolos) - Evangelho dos Egípcios - Evangelho dos Hebreus - Evangelho Secreto de Marcos - Exegese sobre a Alma - Exposições Valentinianas - (Fragmentos Evangélicos Conservados em Papiros) - (Fragmentos Evangélicos de Textos Coptas) - História de José o Carpinteiro - Infância do Salvador - Julgamento de Pôncio Pilatos - Livro de João o Teólogo sobre a Assunção da Virgem Maria - Martírio de André - Martírio de Bartolomeu - Martírio de Mateus - Morte de Pôncio Pilatos - Natividade de Maria - O Pensamento de Norea - O Testemunho da Verdade - O Trovão, Mente Perfeita - Passagem da Bem-Aventurada Virgem Maria





"Pistris Sophia" (fragmentos)



Prece de Ação de Graças - Prece do Apóstolo Paulo - Primeiro Apocalipse de Tiago - Proto-Evangelho de Tiago - Retrato de Jesus - Retrato do Salvador - Revelação de Estevão - Revelação de Paulo - Revelação de Pedro - Sabedoria de Jesus Cristo - Segundo Apocalipse de Tiago - Sentença de Pôncio Pilatos contra Jesus - Sobre a Origem do Mundo - Testemunho sobre o Oitavo e o Nono - Tratado sobre a Ressurreição - Vingança do Salvador - Visão de Paulo



Escritos de Qumran



A Nova Jerusalém (5Q15)

A Sedutora (4Q184)

Antologia Messiânica (4Q175)

Bênção de Jacó (4QPBl)

Bênçãos (1QSb)

Cânticos do Sábio (4Q510-4Q511)

Cânticos para o Holocausto do Sábado (4Q400-4Q407/11Q5-11Q6)

Comentários sobre a Lei (4Q159/4Q513-4Q514)

Comentários sobre Habacuc (1QpHab)

Comentários sobre Isaías (4Q161-4Q164)

Comentários sobre Miquéias (1Q14)

Comentários sobre Naum (4Q169)

Comentários sobre Oséias (4Q166-4Q167)

Comentários sobre Salmos (4Q171/4Q173)

Consolações (4Q176)

Eras da Criação (4Q180)

Escritos do Pseudo-Daniel (4QpsDan/4Q246)

Exortação para Busca da Sabedoria (4Q185)

Gênese Apócrifo (1QapGen)

Hinos de Ação de Graças (1QH)

Horóscopos (4Q186/4QMessAr)

Lamentações (4Q179/4Q501)

Maldições de Satanás e seus Partidários (4Q286-4Q287/4Q280-4Q282)

Melquisedec, o Príncipe Celeste (11QMelq)

O Triunfo da Retidão (1Q27)

Oração Litúrgica (1Q34/1Q34bis)

Orações Diárias (4Q503)

Orações para as Festividades (4Q507-4Q509)

Os Iníqüos e os Santos (4Q181)

Os Últimos Dias (4Q174)

Palavras das Luzes Celestes (4Q504)

Palavras de Moisés (1Q22)

Pergaminho de Cobre (3Q15)

Pergaminho do Templo (11QT)

Prece de Nabonidus (4QprNab)

Preceito da Guerra (1QM/4QM)

Preceito de Damasco (CD)

Preceito do Messianismo (1QSa)

Regra da Comunidade (1QS)

Rito de Purificação (4Q512)

Salmos Apócrifos (11QPsa)

Samuel Apócrifo (4Q160)

Testamento de Amran (4QAm)



Outros Escritos

História do Sábio Ahicar

Livro do Pseudo-Filon

Evangelho de Judas

Afinal quem foi Jesus




Loiro ou moreno?
Religioso ou revolucionário?
Documentos que devem ser divulgados até o final deste ano podem revelar a verdadeira face de Jesus-homem.
Nunca, ao longo desses 2 mil anos de Era Cristã, falou-se tanto sobre Jesus como nestas últimas duas décadas. Agora mesmo o filme Stigmata, que traz trechos do secretíssimo Evangelho de Tomé, está entre os mais procurados nas locadoras de vídeo. Livros, CDs, revistas - Jesus é top em todas as mídias.
Não é sem razão, portanto, que pesquisadores católicos, judeus, protestantes, místicos e agnósticos estejam mergulhados em leituras mais apuradas do Novo Testamento e examinem o que podem, exaustivamente, de antigos manuscritos descobertos em Israel e no Egito. O objetivo é um só: encontrar pistas mais precisas que revelem quem, de fato, foi o homem de Nazaré.
O resultado desse trabalho de fôlego é que o Jesus fragmentado, quase sempre apresentado apenas como um mito religioso, começa, agora, a tomar novos contornos históricos e pessoais. É verdade que ainda existem controvérsias sobre a sua real personalidade, o que fez e onde esteve dos 12 aos 30 e poucos anos, e o que queria dizer exatamente com suas célebres parábolas. Mas para o quase nada que se sabia de sua existência real, tais controvérsias, que certamente vão atravessar o século 21, são importantes.
Elas permitem questionar, e até mesmo entender, com mais clareza, certas passagens dos evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João. É também, a partir delas, que emerge o Jesus-homem, de idéias meio malucas para sua época, por vezes duro com seus adversários e discípulos, problemático em relação à sua familia, e que, conforme ditam as leis naturais, nasceu, cresceu, foi feliz, sofreu e morreu. Jesus, desse modo, é uma outra história.
Ditos de São Tomé
Vamos começar a redescobrir Jesus, indo até o ano de 1945, quando nativos da região de Nag Hammadi, no Egito, acharam cinquenta pergaminhos escritos em copta, língua falada pelos egípcios, nos primeiros anos da cristandade.
Eruditos de peso, como o egiptólogo francês Jean Doresse, e James Charlesworth, teólogo da Universidade de Princeton, nos EUA, surpreenderam-se com parte do conteúdo dos pergaminhos: neles havia revelações sobre Jesus, atribuídas a um tal de Tomé, inexistentes nos textos canônicos. Que o achado arqueológico era autêntico ninguém contestava - alguns especialistas em linguística, inclusive, acreditavam estar diante de uma tradução copta do aramaico, idioma que, como se verá mais tarde, era o mais popular na comunidade judaica em que Jesus viveu. O que não se tinha certeza era se esse Tomé era o mesmo Tomé que compartilhou do ministério de Jesus, na Palestina dominada pelos césares de Roma, por volta dos anos 27 a 30.
A dúvida gerou polêmica. De um lado, a Igreja Católica negava qualquer semelhança entre o Tomé apóstolo e o Tomé de Nag Hammadi. Para o Vaticano, tratava-se de um texto apócrifo, isto é, falso, uma vez que ele não reafirmava as verdades das Sagradas Escrituras. E, com esse argumento, o Vaticano ignorou (pelo menos oficialmente) Tomé. Os cristãos gnósticos, que desde muito tempo vinham colecionando apócrifos, como os Atos de João, o Apocalipse de Pedro e os Atos de Felipe, escritos quase à mesma época dos canônicos, entre 70 e l00 anos depois de Cristo, mas de conteúdo estritamente filosófico, não só reconheceram Tomé como um dos doze apóstolos como batizaram o achado de "Quinto Evangelho". E recorreram a João, capítulo 21, versículo 25, para justificar esta irreverente decisão: "Muitas coisas fez Jesus. Se todas elas fossem escritas, nem no mundo inteiro caberiam os livros sobre ele".
O assunto esquentou mais ainda quando teólogos de renome como William D. Stocker, autor do ensaio "Palavras Extracanônicas de Jesus", anunciaram que os pergaminhos de Nag Hammadi, na verdade não eram inéditos, estavam em voga por volta do ano 320 depois de Cristo. E ao revirar as páginas de livros de historiadores de nossos primeiros séculos, a exemplo de Filon, o Judeu, e Flávio Josefo, chegaram à mais fascinante suposição: o Evangelho de Tomé teria sido, durante muito tempo, o livro sagrado dos essênios, religiosos judeus de rígida conduta moral. Esse é um detalhe significativo, pois como se verá daqui a pouco, ao falarmos dos manuscritos do Mar Morto, os essênios também esperavam por um messias chamado Jesus.
Três Pessoas
Aqui, é preciso abrir parênteses para expor um episódio esclarecedor sobre essas ações tão radicais da igreja primitiva. É que Constantino, imperador romano na época, recém-convertido ao cristianismo, foi pressionado por sua corte a elaborar um conceito de Deus que agradasse às facções cristãs que tinham Jesus como salvador dos pecados do mundo. "Algo parecido com uma moderna negociação de administração única", comenta o professor Eric Butterworth, da Escola de Cristandade, em Lee's Summit, no estado norte-americano de Missouri. Constantino convocou, então, em 325, o célebre Conselho de Nicéia. E, entre tapas e beijos - dois altos dignatários cristãos, Ário e Nicolau de Mira, trocaram socos e depois mesuras durante os debates -, um grupo de homens decidiu que Deus era três pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. À revelia naturalmente de Jesus, principal personagem de toda a trama, pois ele, nem no Novo Testamento nem nos apócrifos, jamais se referiu à Trindade. O que, unanimemente, todos os evangelhos expressam é: "Eu (Jesus) e o Pai somos um".
A partir de Nicéia, então, tudo o que não estivesse de acordo com os ditames de Roma era queimado ou, no mínimo, proibido. Isso só não aconteceu com o evangelho de Tomé porque, conta-se, um monge gnóstico copiou-o, encerrou-o numa urna e levou-o para o Egito, onde foi encontrado mais de l.600 anos depois.
Ver para crer. É por esse dito que, geralmente, nos lembramos de Tomé. Ou Didimo Judas Tomé que era seu nome completo. Mas, afinal, quem é ele? Segundo especialistas em língua antiga, Tomé, em hebreu, significa gêmeo. Didimo, em grego, também quer dizer gêmeo. É preciso explicar aqui o seguinte: na Palestina de 2 mil anos atrás, falavam-se três idiomas: o aramaico, do povo; o hebraico, dos intelectuais judeus; e o grego, dos comerciantes. Talvez por essa razão, gêmeos aparece nas duas versões. Resta o nome Judas, que, em hebraico, é agradecimento. É razoável supor, a partir daí, que o verdadeiro autor do evangelho de Nag Hammadi seria Judas, o gêmeo. Poucos pesquisadores se atreveram a entrar nessa seara, e os que o fizeram, como Helmut Koester, em sua obra Evangelhos Canônicos e Apócrifos, limitaram-se a extraordinários exercícios de raciocínio, diante de trechos do Evangelho de Tomé, de Marcos, Mateus e João que fazem referência aos irmãos de Jesus, e ao apelido gêmeo. No trecho de Tomé lê-se "... Não, não sou Judas Tomé, sou seu irmão", teria dito Jesus ao ser confundido com o apóstolo. Em Marcos 6:3 e Mateus l3:55 está escrito: "...Ele (Jesus) não é o filho do carpinteiro? A sua mãe não é Maria? Não é irmão de Tiago, José, Simão e Judas?". Em João 11:16 lê-se "...Então Tomé, chamado de o Gêmeo, disse aos seus companheiros..".
O que se pode inferir daí? Em princípio, duas coisas. A primeira é que Jesus tinha irmãos - e este fato é aceito pela maioria dos teólogos modernos. A segunda, é que Judas Tomé e Jesus seriam gêmeos, e, nesse caso, estaria explicado por que pinturas antigas exibem dois meninos-Jesus, juntos e iguais.
Os Manuscritos
Chegou o momento de folhear o que se conhece dos manuscritos encontrados a partir de 1947 em onze cavernas da província de Qumram, no atual Israel, às margens do Mar Morto. Infelizmente, o que se conhece quase trinta anos depois de se ter achado, em l967, os últimos rolos dos pergaminhos, é muito pouco . A comissão de teólogos de várias correntes religiosas, a metade católicos, que vem sigilosamente estudando os manuscritos, já adiou, por duas vezes, uma em 1970, a outra em 1975, suas conclusões. Nesse meio tempo, o único membro não religioso da comissão, o professor John Allegro, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, protestou publicamente quando soube que a maioria dos rolos ficaria sob a guarda única do presidente da comissão, o padre dominicano Roland de Vaux.
Um desses rolos, em especial, tinha fascinado Allegro: eram passagens do Evangelho de Marcos, datadas de 50 depois de Cristo, e, portanto, anteriores às dos outros evangelhos. Segundo Allegro, esses textos conteriam revelações capazes de mudar, substancialmente, o Novo Testamento. "Espera-se que tudo o que está enrustido venha a público em até o final deste ano, quando devem ser encerrados os trabalhos da indevassável comissão" comenta Allegro. "Será uma boa nova", ironizam cientistas ávidos em devorar o relatório oficial sobre a documentação do Mar Morto. Explica-se a ironia: boa nova é a tradução da palavra hebraica Evangelho.
No momento, resta o consolo de saber o que se tem à mão é pelo menos o suficiente para traçar mais algumas linhas da história que estamos contando. São pedaços de pergaminhos que compreendem, principalmente, literatura religiosa: por exemplo, toda a Bíblia hebraica (Antigo Testamento), à exceção do Livro de Ester, e episódios marcantes da vida dos essênios. A Bíblia, segundo arqueólogos e paleólogos de renome, é mil anos mais antiga que o mais antigo documento aparecido até hoje sobre o assunto.
O Mestre da Retidão
Até aqui, aparentemente, não há nada que sinalize uma ligação entre Jesus e os essênios, como suspeita, por exemplo, o pesquisador, escritor e jornalista Gerald Messadié. Ao ler, porém, trechos de quatro pergaminhos essênios - o Preceito da Comunidade, o Preceito de Damasco, o Preceito da Guerra e o Preceito do Messianismo -, descobriu-se que os membros da seita, quase um século antes de Cristo, eram liderados pelo misterioso Mestre da Retidão. Esse mestre, como Jesus faria mais tarde, pregava o batismo, o jejum, o celibato, e conclamava seus seguidores a repartir seus bens materiais. Tinha o dom da cura - a um simples sinal que fazia com as mãos os doentes ficavam bons - e conhecia as propriedades medicinais de centenas de plantas orientais. Tinha ainda doze discípulos e profetizava a vinda de um Messias de nome Joshua (Josué), que, segundo ele,seria o seu sucessor. Dá para notar que existe uma incrível semelhança entre as prédicas do Mestre da Retidão e as de Jesus. O mais intrigante é que o nome Jesus é uma corruptela de Josué. Por tudo isso, é difícil resistir à pergunta: Jesus teria estado entre os essênios?
O professor John Allegro acredita que há pegadas visíveis de Jesus entre os essênios, principalmente quando se recorre à linguística. Diz Allegro que os essênios usavam o termo kharash (mago) ao se referirem a uma pessoa de poderes extraordinários. E que, nos Atos dos Apóstolos, Jesus é descrito como alguém que produz maravilhas, um kharash. Mais: nos evangelhos canônicos Jesus é chamado de filho do carpinteiro. E, curiosamente, continua Allegro, carpinteiro, em hebraico, também é kharash.
Allegro vai mais além dessas coincidências idiomáticas. Ao garimpar o conteúdo do Preceito da Comunidade, ele encontrou muitos outros pontos comuns em Jesus e nos essênios. Os doze apóstolos de Mestre da Retidão, da mesma forma que os apóstolos de Jesus, costumavam atravessar o deserto da Judéia para levar suas crenças a Jerusalém, Betânia, Cafarnaum e outros centros urbanos da Palestina de então. É ainda curioso que o Mestre da Retidão tivesse reunido seus discípulos para uma ceia regada a pão e vinho, pouco antes de ser preso e crucificado por romanos e judeus. Os essênios colecionavam também provérbios, orações e parábolas idênticos aos transmitidos por Jesus no Sermão da Montanha.
O Messias dos Essênios
Finalmente, a comunidade essênia era conhecida como Nova Aliança, termo aramaico que, mais tarde, os cristãos traduziriam por Novo Testamento.
Diante desse pacote de singulares revelações, e considerando que nenhuma delas aparece no Novo Testamento, o professor Allegro formula duas hipóteses para a questão: ou o Novo Testamento está mal contado ou os essênios são uma mentira. Como os pergaminhos que contêm os preceitos essênios são "isentos de censura , tanto cristã quanto judaica", como sustenta o respeitadíssimo teólogo Geza Vermes, em seu livro Os Manuscritos do Mar Morto, a conclusão para Allegro é óbvia: o Novo Testamento precisa ser revisto.
Quem não tem nenhuma dúvida de que Jesus viveu muito tempo entre os essênios é Gerald Messadié, que, entre outros best-sellers, escreveu O Homem que se Tornou Deus. Messadié, depois de devorar tudo o que pôde sobre Qumram, concluiu, inclusive, que Jesus foi introduzido na seita essênica por seu primo, João Batista. "Ele (Batista) era um essênio: falava a linguagem deles, jejuava, pregava no deserto, e, da mesma forma que o Mestre da Retidão, anunciava a vinda de um messias", esclarece Messadié .
Em todos os trechos canônicos ou apócrifos, porém, João só vai aparecer na história bíblica, às margens do Rio Jordão, praticando o batismo. Como Messadié explica este fato? "Não é bem assim. Há registros no Preceito da Comunidade de um essênio que estaria destinado a batizar o esperado messias e iniciá-lo na vida pública. E foi o que aconteceu com João Batista", argumenta ele.
São muitos os pesquisadores que pensam igual a Messadié. Ninguém melhor, porém, do que o teólogo norte-americano Jack Potter para encerrar esse capítulo sobre Jesus e os essênios. Diz Potter: "Os eruditos estão gradualmente admitindo que Jesus estudou na escola essênica, durante anos. São evidentes os paralelos entre a doutrina de Jesus e a do Mestre da Retidão. E é muito provável que Jesus o tenha sucedido. Mas isso, por enquanto, está sendo visto com reservas, para não abalar os fundamentos de nossa religião cristã".
Enigmas
Desvendando o misterioso sumiço de Jesus desde os 12 anos, quando assombrou os doutores do Sinédrio com sua sabedoria, até o começo de seu ministério, aos 30 e poucos anos de idade, passemos à tarefa de decifrar outros formidáveis enigmas: quando e onde ele nasceu, como era fisicamente, como era sua família, que língua falava, quando e como morreu, e com que idade.
Foi o incansável e aplicado professor John Meier quem, nos últimos cinco anos, mais investigou essas questões, embora não se possam desprezar, também, as diligências de Gerald Messadié e de Geza Vermes. Para que fiquem bem claros os comentários sobre aqueles pontos, nada melhor do que abordá-los em forma de tópicos.
Quando Jesus nasceu - Meier pinça trechos de Mateus e Lucas para supor que Jesus nasceu pouco antes da morte de Herodes, O Grande. De acordo com Mateus 2:l6, Herodes, ao saber do nascimento de Jesus, e com receio de que ele fosse mesmo o futuro rei dos judeus, ordenou a morte de todas as crianças do sexo masculino da cidade de Belém e de seus arredores, de dois anos para baixo. Dois anos, então, representariam mais ou menos a idade que Jesus teria na ocasião, e, nesse caso, seu nascimento teria ocorrido cerca de dois a três anos antes da morte de Herodes, ou 6 a 7 anos antes de Cristo.
Tese idêntica é sustentada por Gerald Messadié. Só que, para comprová-la, ele recorre a uma outra passagem dos evangelhos, segundo a qual a chegada do Messias seria precedida de um sinal dos céus. Pois bem, há registros de que Júpiter e Saturno ficaram em conjunção (bem próximos um do outro) durante três vezes no ano 7 antes de Cristo: em maio, setembro e dezembro.O fenômeno era tão raro (houve uma conjunção igual em 1961 e a próxima será no ano 2100) que os astrólogos da época acharam que alguma coisa incomum estava para acontecer na Terra.
Onde Jesus nasceu - Em Belém ou Nazaré? Na opinião de Meier, a primeira das hipóteses apenas justifica antigas crenças judaicas (a dos essênios) de que o Messias descenderia de Davi e da aldeia de Belém. O mais provável, prossegue Meier, é que ele tenha nascido mesmo em Nazaré, pois em muitas páginas dos evangelhos fala-se em Jesus de Nazaré ou Nazareno. No Evangelho de João 1:45, por exemplo, está escrito: "...achamos aquele de quem Moisés escreveu no Livro da Lei e sobre quem os profetas também escreveram. É Jesus, filho de José, da cidade de Nazaré".
O aspecto físico, o idioma - Vários documentos apócrifos, incluindo uma carta de Públius Lêntulus, pró-cônsul da Galiléia, descrevem Jesus como alto, forte, cabelos repartidos ao meio, olhos amendoados, certamente um homem bonito. Parece que Jesus procurava a companhia dos mais humildes porque era mais fácil transmitir-lhes seus ensinamentos, uma vez que falavam a mesma lingua, o aramaico, como pensam Geza Vermes , Gerald Messadié e John Meier. Se é assim, muitos dos ditos de Jesus têm que ser repensados, pois a maioria deles foi traduzida do hebraico, que era o idioma das altas classes sociais da época. Um desses ditos, talvez o mais célebre de todos, é Eli, Eli, lama sabachtani , traduzido por Senhor, Senhor, por que me abandonaste? No mais puro aramaico, segundo o escritor Eric Butterworth, o correto seria Senhor (ou Pai), cumpri minha missão.
Quando morreu e com que idade - Se Jesus, como se viu antes, nasceu no ano 6 ou 7 antes de Cristo, e iniciou seu ministério, de acordo com a maioria dos pesquisadores, com cerca de 33 anos, entre os anos 27 e 28, depois exercendo-o por no mínimo três anos, ele teria cerca de 36 anos quando morreu. E isso, de acordo com Joachim Jeremias, um dos gigantes da história da Humanidade, aconteceu no décimo quarto dia de Nissan (o dia de preparação da Páscoa dos judeus), isto é, numa sexta-feira, por volta dos anos 30 a 31 depois de Cristo. Pelos cálculos de Jeremias era um 6 ou 7 de abril.
Como ele morreu? Descartando-se a possibilidade levantada por muitos gnósticos de que não teria sido Jesus o homem levado à cruz, e levando-se em conta os exames feitos no Sudário de Turim por legistas, cardiologistas e ortopedistas, é quase certo que ele tenha morrido por asfixia, algumas horas depois de ter sido crucificado. Foi quando, não se sabe por que, o mesmo céu da Palestina que se iluminou ao tempo de seu nascimento repentinamente escureceu, e, em algumas partes do Gólgota, a terra se abriu. Um mistério mesmo, pois não há registro de nenhum eclipse ou de qualquer terremoto na região naquela fatídica sexta-feira.
E sua ressurreição? É mais um dogma ou de fato aconteceu? Como disse o evangelista João, "muita coisa se contará ainda sobre Jesus". Inclusive que ele foi ressuscitado por seres que vieram de outras galáxias e que tinham acompanhado, às vezes de longe, às vezes bem de perto, sua missão. Seriam esses Ets os anjos que volta e meia surgem, fulgurantes, nos textos dos evangelhos, como imagina o escritor e jornalista espanhol J.J. Benitez, no romance O Enviado? É possível.
Mas essa é uma outra e fantástica história.