Saboreio ainda o gosto de quem se perdeu nas veredas
da Tua Grandeza.
Como és Grande, Senhor…
Digo-to ainda hoje, como to disse mil vezes ontem…
Como és Grande…
És assim, Grande, porque não tens sequer tamanho!
Não estás fora de mim nem fora de nada…
És a interioridade máxima de toda a Vida,
o Coração palpitante da Criação,
o íntimo do meu íntimo…
A tua Grandeza não tem a ver com o teu tamanho,
mas com a profundidade e a intensidade da Tua
presença.
Como dizer isto?!
Tu sabes, meu Senhor e meu Dono, que o dilema é
sempre o mesmo:
“Como hei-de dizer isto?! Mas… como posso não
dizê-lo?!”
E Tu sorrindo por estas coisas todas
que na Tua ternura vais fazendo despontar em mim…
As grandezas do mundo são grandezas que nos apanham
sempre
“de fora para dentro”… por isso nos fazem pequenos.
Os grandes do mundo sentem-se tal
porque fazem os outros sentirem-se mais pequenos…
Mas Tu não, Senhor…
...a experiência da Tua Grandeza acontece “de dentro
para fora”…
...por isso engrandeces todo aquele que saboreia a
Tua presença assim…
Dás largas ao meu Coração, engrandeces-me no Teu
Amor,
mostras-me o meu real tamanho e valor…
Como sou Grande em Ti, meu Senhor!!!
Como é possível?... És Deus e não um ídolo!
A Tua Grandeza engrandece, porque não és um “Deus
Grande”,
mas sim um “Grande Deus”, o que é muito diferente…
Sim… meu Senhor e meu Dono, és um Grande Deus,
porque a Tua Grandeza coincide com a Plenitude e
Perfeição do Teu Amor.
Senhor, queria tanto ter palavras que dissessem
melhor a Tua Verdade…
Ai, como me custa isto!!! Ter a Vida para dizer,
e sentir que quando a transformo em palavras
ela se torna no anúncio de uma coisa mais pequena,
curtita, quase à minha medida…
Desculpa, Senhor, se torno pequenas as Tuas coisas
com as minhas palavras.
Sabes bem que nos nossos silêncios
Tu és infinitamente maior que nas minhas palavras,
mas eu não consigo calar-Te.
Não me conheces?!
Como é que se escreve o júbilo que senti no
entardecer de ontem
enquanto te repetia: “És tão Grande! És tão Grande!
Não cabes… És tão Grande!”
Diz-me, meu Senhor e meu Dono, como é que se escreve
esta experiência?!
Com as palavras “És tão Grande?!” Oh Senhor, são só
palavras…
Queres que escreva a palavra “Júbilo”? E
“Exultação”, também serve?
Não vês que não, Senhor?! Nenhuma chega… Que bom
seres MAIOR!
Que bom seres LIVRE! Ninguém Te domestica, nem
domina, nem prende.
Não és de ninguém!
Nem meu, Senhor…
Ainda bem que não Te quero obrigar a seres “meu”.
Assim, podes Tu ser todo para mim… Como Te amo!
Tanto, tanto, tanto, que comecei a dizer-to ainda
não tinha sequer amanhecido,
e agora já o sol me entra pela janela
e continuo a não querer dizer-te outra coisa!
Amo-te! Mas tanto… que as palavras às vezes até me
estorvam!
Nenhum comentário:
Postar um comentário