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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Salmo 153

Saboreio ainda o gosto de quem se perdeu nas veredas da Tua Grandeza.
Como és Grande, Senhor…
Digo-to ainda hoje, como to disse mil vezes ontem… Como és Grande…

És assim, Grande, porque não tens sequer tamanho!
Não estás fora de mim nem fora de nada…
És a interioridade máxima de toda a Vida,
o Coração palpitante da Criação,
o íntimo do meu íntimo…

A tua Grandeza não tem a ver com o teu tamanho,
mas com a profundidade e a intensidade da Tua presença.
Como dizer isto?!

Tu sabes, meu Senhor e meu Dono, que o dilema é sempre o mesmo:
“Como hei-de dizer isto?! Mas… como posso não dizê-lo?!”
E Tu sorrindo por estas coisas todas
que na Tua ternura vais fazendo despontar em mim…

As grandezas do mundo são grandezas que nos apanham sempre
“de fora para dentro”… por isso nos fazem pequenos.
Os grandes do mundo sentem-se tal
porque fazem os outros sentirem-se mais pequenos…
Mas Tu não, Senhor…
...a experiência da Tua Grandeza acontece “de dentro para fora”…

...por isso engrandeces todo aquele que saboreia a Tua presença assim…

Dás largas ao meu Coração, engrandeces-me no Teu Amor,
mostras-me o meu real tamanho e valor…
Como sou Grande em Ti, meu Senhor!!!
Como é possível?... És Deus e não um ídolo!

A Tua Grandeza engrandece, porque não és um “Deus Grande”,
mas sim um “Grande Deus”, o que é muito diferente…

Sim… meu Senhor e meu Dono, és um Grande Deus,
porque a Tua Grandeza coincide com a Plenitude e Perfeição do Teu Amor.
Senhor, queria tanto ter palavras que dissessem melhor a Tua Verdade…

Ai, como me custa isto!!! Ter a Vida para dizer,
e sentir que quando a transformo em palavras
ela se torna no anúncio de uma coisa mais pequena,
curtita, quase à minha medida…

Desculpa, Senhor, se torno pequenas as Tuas coisas com as minhas palavras.
Sabes bem que nos nossos silêncios
Tu és infinitamente maior que nas minhas palavras, mas eu não consigo calar-Te.

Não me conheces?!
Como é que se escreve o júbilo que senti no entardecer de ontem
enquanto te repetia: “És tão Grande! És tão Grande! Não cabes… És tão Grande!”

Diz-me, meu Senhor e meu Dono, como é que se escreve esta experiência?!
Com as palavras “És tão Grande?!” Oh Senhor, são só palavras…

Queres que escreva a palavra “Júbilo”? E “Exultação”, também serve?
Não vês que não, Senhor?! Nenhuma chega… Que bom seres MAIOR!

Que bom seres LIVRE! Ninguém Te domestica, nem domina, nem prende.
Não és de ninguém!
Nem meu, Senhor…

Ainda bem que não Te quero obrigar a seres “meu”.
Assim, podes Tu ser todo para mim… Como Te amo!
Tanto, tanto, tanto, que comecei a dizer-to ainda não tinha sequer amanhecido,
e agora já o sol me entra pela janela
e continuo a não querer dizer-te outra coisa!


Amo-te! Mas tanto… que as palavras às vezes até me estorvam!

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