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quarta-feira, 28 de março de 2012

Uma interpretação absurda da onisciência de Deus. Como Deus conhece o passado o presente e o futuro.


É impossível que Deus pense que Moisés e os israelitas estejam ainda viajando pelo deserto ou que Sala mão ainda esteja presente consagrando o templo em Jerusalém. 
Nem pode Deus pensar que hoje é o dia do Juízo Final. Portanto, é errado dizer que Deus entende eventos passados e futuros como acontecimentos presentes. A verdade é que Deus conhece todas as coisas passadas, presentes e futuras, mas ele conhece os eventos passados como passados, os presentes como presentes e os futuros como futuros. O conhecimento de Deus deve ser compreendido como concordando perfeitamente com as coisas conhecidas, não só com respeito à sua natureza, mas também com referência ao período de sua existência. Ele vê e conhece os fatos como eles são: presentes, passados e futuros, e não de modo diferente do que são. Assim, supor que ele veja e conheça eventos passados como futuros, ou eventos futuros como passados seria absurdo, como também supor que veja ou conheça eventos passados ou futuros como presentes, quando verdadeiramente não estão no presente.
É verdade que todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de tratar: o passado e o futuro são vistos por Deus com a mesma clareza que o presente. Mas dizer que são vistos como presentes quando de fato não são presentes, significaria dizer que Deus não vê nem conhece as coisas como na realidade elas são e, como conseqüência, que o seu conhecimento é imperfeito.


O passado e o futuro são vistos por Deus com a mesma clareza que o presente. Mas cada um como um tempo distinto.
O pensamento de que para Deus há um eterno presente, se for interpretado como significando que o presente, o passado e o futuro são todos vistos ao mesmo tempo e com igual clareza, é razoável e também escriturístico. Mas se for compreendido como também significando que para Deus o passado, o presente e o futuro são todos a mesma coisa, e que a duração para Ele é essencialmente diferente do que é para nós, não transcorrendo em sucessão de períodos, é idéia ininteligível e absurda.
Na verdade, a capacidade de conhecer e o conhecimento em si são coisas muito distintas. A primeira não constitui parte do atributo de onisciência, mas do atributo de onipotência. Portanto, dizer que Deus não conhece atualmente todas as coisas, mas a respeito de alguns fatos só possui o poder de conhecê-los, sem que desse poder se utilize, seria negar claramente a perfeição da onipotência.
Algumas ações são necessárias, como respirar e dormir; outras são livres, mas todas são conhecidas por Deus. Se qualquer coisa fosse diferente do que é, Deus havia de conhecêIa como sendo diversa. A ciência origina-se do ato, e não o ato da ciência, assim como a validação se origina do carimbo e não o carimbo da validação.
A presciência de Deus não influi sobre a liberdade ou a certeza das ações humanas, pela simples razão que se trata de conhecimento e não de influência. Portanto, Deus conhece todas as coisas passadas, presentes e futuras, mas respeita o livre arbítrio que Ele próprio deu ao ser humano."

(Manual Prático em Teologia - Eduardo Joiner)

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