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sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Jesus Cristo tinha realmente que morrer antes que Deus pudesse perdoar pecados?


A primeira vista, parece que um Deus que ama os homens a ponto de querer salvá-los seria capaz de planejar um plano de salvação que não envolvesse a morte de seu amado Filho. Deus é tão vingativo assim que precisa desse pagamento pelo pecado? Ele não poderia somente nos perdoar sem requerer que um preço fosse pago?
Estas questões se relacionam com a direta natureza de Deus. E, mesmo que não possamos entender a infinita perfeição de Deus, a Bíblia nos revela o bastante para termos uma resposta (Jó 11:7;Deuteronômio 29:29).
A Bíblia declara que “Deus é amor” (1 João 4:8, 16), mas não apresenta o amor como o único atributo de Deus. Através de toda a Escritura, Deus é retratado como proeminentemente santo (Salmo 99:9Isaías 5:16) - santo em caráter (Salmo 22:3João 17:11), santo em nome (Isaías 57:15Lucas 1:49), santo em ações (Salmo 145:17), santo em seu reino (Salmo 47:8). A razão pela qual os cristãos podem confiar nas promessas de Deus é que ele as atesta através de sua santidade (Salmo 89:35).
A solução para o alegado conflito entre o amor de Deus e sua ira está em sua santidade. O mesmo Deus pode mostrar amor e ira porque, primeiramente, ele é santo. Os anjos ao redor do trono de Deus não cantam nem "Amoroso, amoroso, amoroso", nem "Irado, irado, irado", mas "Santo, santo, santo" (Isaías 6:3Apocalipse 4:8).
A santidade de Deus envolve uma separação estrita do pecado e uma justiça perfeita em lidar com o mesmo em suas criaturas. Se Deus violasse seu atributo básico de santidade, seu perdão seria inútil. Que valor têm o perdão de alguém sem padrões? O conceito da salvação não faz sentido a menos que comecemos com a santidade de Deus. Conseqüentemente, o pecado não é um coisa que pode ser jogada de lado como algo sem importância ou convenientemente ignorada. A existência do pecado necessita de resposta.
O apóstolo Paulo lidou com esse problema em Romanos 3:21-26mostrando como Deus pode ao mesmo tempo ser "o justo e justificador de todos aqueles que crêem em Jesus" (3:26). A ênfase principal desta passagem é a justiça de Deus, mencionada nos versículos 21, 22, 25 e 26. Desde que a santidade de Deus é uma parte imutável de seu caráter, ele não irá simplesmente ignorar a rebelião do pecado. Entretanto, justiça e misericórdia se misturam no plano de Deus para o homem de modo a prover "a justiça de Deus através da fé em Jesus Cristo para todos os que crêem" (3:22).
Deus não viola a sua santidade ao prover a salvação, por que Deus o Filho provê "propiciação por seu próprio sangue" para todos os que crêem (3:25). A "propiciação" se refere à satisfação da justiça divina e vem da prática de ungir com o sangue sacrificial o assento da misericórdia da Arca da Aliança do Velho Testamento. Esta aplicação do sangue simbolizava a morte de um substituto como o preço por quebrar a lei de Deus. Jesus Cristo se tornou nossos Substituto, "porque o salário de pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna através de Jesus Cristo, nosso Senhor" (Romanos 6:23).

Jesus sofreu na cruz, e os apóstolos explicam o sofrimento dizendo: "Isto era para demonstrar a justiça de Cristo, porque, através de sua presciência, Deus pode perdoar pecados cometidos anteriormente"(Romanos 3:25). Deus perdoou os pecados dos crentes do Velho Testamento com base no sacrifício futuro de Cristo, assim como ele perdoa hoje com base no mesmo sacrifício, agora passado, feito de uma vez por todas (Hebreus 10:12). Acima de tudo, Deus permanece santo. A ponto principal da pregação de Paulo em Tessalônica foi que "Cristo devia sofrer e se levantar dos mortos" (Atos 17:3). A morte de Cristo não foi opcional. Ela era o centro do plano de Deus para a salvação do homem.

Muita confusão resulta da noção incorreta de que Deus o Pai não amava a Cristo porque quis que ele morresse para que o pecado do homem pudesse ser perdoado. Essa conclusão ignora o ensino básico das Escrituras de que Jesus era Deus o Filho que, tão perfeitamente como Deus o Pai, trabalhou para o plano da redenção. Na véspera de sua crucificação, Jesus orou: "Pai, a hora é chegada, glorifica a teu Filho, para que o Filho glorifique a ti" (João 17:1). Hebreus 12:2 revela que Jesus suportou a cruz e desprezou sua vergonha por causa da "alegria que lhe fora proposta". Enquanto alguns retratam Jesus indo para a cruz em protesto contra o Pai cruel, as Escrituras mostram o Pai e o Filho em perfeita harmonia na redenção.

A santidade, justiça e retidão de Deus são partes imutáveis de seu caráter, de modo que ele exerce julgamento contra o pecado como aquele que é soberano sobre o reino moral. Ainda assim, ele próprio pagou o preço justo pelo pecado na pessoa de seu Filho para que, sem violar sua santa natureza, ele garantisse perdão e justificação a todos os que crêem.

Autores: Henry Morris e Martin Clark. Extraído de The Bible Has the Answer, publicado por Master Books, 1987. Usado com permissão.

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